Lutas e resistências no contexto da covid-19 contribuições do associativismo na garantia da saúde das populações do campo, da floresta e das águas
Lutas e resistências no contexto da covid-19 [recurso eletrônico] : contribuições do associativismo na garantia da saúde das populações do campo, da floresta e das águas / Bruna Lima Selau ; orientador, Douglas Francisco Kovaleski
Data de publicação
2024
Descrição física
363 p. : il., gráfs.
Nota
Disponível somente em versão on-line.
Tese (doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2024.
Inclui referências.
As populações do campo, da floresta e das águas (PCFA) foram consideradas populações em maior risco e/ou vulnerabilidade durante a pandemia de covid-19. Diante da negligência do Estado, muitos povos e comunidades tiveram que se organizar a fim de sobreviver à pandemia do coronavírus. O objetivo da tese foi analisar as práticas associativas relacionadas à saúde das populações do Campo, da Floresta e das Águas frente à pandemia de covid-19. Trata-se de um estudo de caráter qualitativo realizado a partir de estudo de casos múltiplos. Foram empregadas como técnicas de coleta de dados a observação participante e entrevista semiestruturada. A análise de dados foi realizada a partir da análise temática. Foram visitadas associações de três regiões do Brasil, sendo elas Sul, Sudeste e Nordeste. Participaram da pesquisa o Movimento Sem Terra (MST) e três associações quilombolas, sendo realizadas 15 entrevistas. Para realizar a análise dos dados, os casos foram separados por Caso 1 do MST e Caso 2 das Associações Quilombolas. Como resultado foram mapeadas as iniciativas de Vigilância popular em saúde, Educação Popular em Saúde, Agroecologia, Solidariedade, Práticas tradicionais e populares de cuidado em saúde e Saúde Mental. No caso 1 do MST, as ações mapeadas incluem ações de prevenção ao vírus, saúde mental, promoção da saúde, vigilância popular em saúde, educação em saúde, assistência social e jurídica, utilização das práticas tradicionais e populares de cuidado e ações de solidariedade. Além disso, foi apresentado o projeto dos agentes populares de saúde/agentes populares de saúde do campo. No Caso 2 das Comunidades Quilombolas foram acompanhadas as iniciativas: de garantia da vacinação quilombola durante a pandemia; do trabalho da residência multiprofissional em saúde em conjunto com as associações quilombolas que possibilitou diversas ações de contenção ao vírus, de educação e vigilância em saúde e também de organização popular; e o caso de organização popular da Comunidade Quilombola dos Arturos - Contagem (MG) que teve sua atuação voltada para prevenção e mitigação dos efeitos da pandemia e para a garantia de saúde da população quilombola. Por fim, conclui-se que as iniciativas mapeadas incluíram ações de proteção ao vírus e sobrevivência, mas atuaram em uma perspectiva emancipatória de saúde construindo um diálogo entre a concepções biomédicas ocidentais e conhecimentos tradicionais e populares. Foram iniciativas direcionadas para descolonização da saúde na medida em que foram construídas a partir da organização social e dos saberes tradicionais das PCFA, incluindo iniciativas de cuidado coletivo, práticas tradicionais e populares de cuidado, respeito ao meio ambiente e produção de alimentos agroecológica. A partir das experiências de práticas associativas das PCFA partilhadas nessa tese, observa-se a necessidade de ampliar e complexificar as discussões da saúde coletiva para que acolham e dialoguem com outras práticas e compreensões de saúde em direção a uma sociedade do bem-viver. Para isso, é importante reconhecer o cuidado em saúde a partir de sua concepção coletiva em busca da promoção da saúde emancipatória.
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245 - Indicação de título | 1 | 0 |
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260 - Publicação, distribuição, etc. (Imprenta) | # | # |
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300 - Descrição física | # | # |
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500 - Nota geral | # | # |
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502 - Nota de dissertação | # | # |
$aTese (doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2024. |
504 - Nota de bibliografia, etc. | # | # |
$aInclui referências. |
520 - Resumo, etc. | # | # |
$aAs populações do campo, da floresta e das águas (PCFA) foram consideradas populações em maior risco e/ou vulnerabilidade durante a pandemia de covid-19. Diante da negligência do Estado, muitos povos e comunidades tiveram que se organizar a fim de sobreviver à pandemia do coronavírus. O objetivo da tese foi analisar as práticas associativas relacionadas à saúde das populações do Campo, da Floresta e das Águas frente à pandemia de covid-19. Trata-se de um estudo de caráter qualitativo realizado a partir de estudo de casos múltiplos. Foram empregadas como técnicas de coleta de dados a observação participante e entrevista semiestruturada. A análise de dados foi realizada a partir da análise temática. Foram visitadas associações de três regiões do Brasil, sendo elas Sul, Sudeste e Nordeste. Participaram da pesquisa o Movimento Sem Terra (MST) e três associações quilombolas, sendo realizadas 15 entrevistas. Para realizar a análise dos dados, os casos foram separados por Caso 1 do MST e Caso 2 das Associações Quilombolas. Como resultado foram mapeadas as iniciativas de Vigilância popular em saúde, Educação Popular em Saúde, Agroecologia, Solidariedade, Práticas tradicionais e populares de cuidado em saúde e Saúde Mental. No caso 1 do MST, as ações mapeadas incluem ações de prevenção ao vírus, saúde mental, promoção da saúde, vigilância popular em saúde, educação em saúde, assistência social e jurídica, utilização das práticas tradicionais e populares de cuidado e ações de solidariedade. Além disso, foi apresentado o projeto dos agentes populares de saúde/agentes populares de saúde do campo. No Caso 2 das Comunidades Quilombolas foram acompanhadas as iniciativas: de garantia da vacinação quilombola durante a pandemia; do trabalho da residência multiprofissional em saúde em conjunto com as associações quilombolas que possibilitou diversas ações de contenção ao vírus, de educação e vigilância em saúde e também de organização popular; e o caso de organização popular da Comunidade Quilombola dos Arturos - Contagem (MG) que teve sua atuação voltada para prevenção e mitigação dos efeitos da pandemia e para a garantia de saúde da população quilombola. Por fim, conclui-se que as iniciativas mapeadas incluíram ações de proteção ao vírus e sobrevivência, mas atuaram em uma perspectiva emancipatória de saúde construindo um diálogo entre a concepções biomédicas ocidentais e conhecimentos tradicionais e populares. Foram iniciativas direcionadas para descolonização da saúde na medida em que foram construídas a partir da organização social e dos saberes tradicionais das PCFA, incluindo iniciativas de cuidado coletivo, práticas tradicionais e populares de cuidado, respeito ao meio ambiente e produção de alimentos agroecológica. A partir das experiências de práticas associativas das PCFA partilhadas nessa tese, observa-se a necessidade de ampliar e complexificar as discussões da saúde coletiva para que acolham e dialoguem com outras práticas e compreensões de saúde em direção a uma sociedade do bem-viver. Para isso, é importante reconhecer o cuidado em saúde a partir de sua concepção coletiva em busca da promoção da saúde emancipatória. |
520 - Resumo, etc. | 8 | # |
$aAbstract: The rural, forest, and water populations (PCFA were considered populations at greater risk and/or vulnerability during the covid-19 pandemic. Faced with the neglect of the State, many peoples and communities had to organize themselves in order to survive the coronavirus pandemic. The aim of the thesis was to analyze associative practices related to the health of rural, forest, and water populations in the face of the covid-19 pandemic. It is a qualitative study conducted through multiple case studies. Data collection techniques employed included participant observation and semi-structured interviews. Data analysis was performed using thematic analysis. Associations in three regions of Brazil were visited, namely South, Southeast, and Northeast. The research involved the Landless Workers Movement (MST) and three quilombola associations, with a total of 15 interviews conducted. For data analysis, the cases were separated into Case 1 for MST and Case 2 for Quilombola Associations. As a result, initiatives such as Popular Health Surveillance, Popular Health Education, Agroecology, Solidarity, Traditional and Popular Health Care Practices, and Mental Health were mapped. In Case 1 of the MST, mapped actions included virus prevention, mental health, health promotion, popular health surveillance, health education, social and legal assistance, use of traditional and popular care practices, and solidarity actions. Additionally, the project of popular health agents/field popular health agents was presented. In Case 2 of the Quilombola Communities, the following initiatives were observed: ensuring quilombola vaccination during the pandemic; the work of multiprofessional health residency in conjunction with quilombola associations that enabled various virus containment, health education, and surveillance actions, as well as popular organization; and the case of popular organization of the Arturos Quilombola Community - Contagem (MG), which focused on preventing and mitigating the effects of the pandemic and ensuring the health of the quilombola population. In conclusion, the mapped initiatives included actions for virus protection and survival but acted from an emancipatory health perspective, building a dialogue between Western biomedical concepts and traditional and popular knowledge. They were initiatives aimed at the decolonization of health as they were built from the social organization and traditional knowledge of PCFA, including collective care initiatives, traditional and popular care practices, respect for the environment, and agroecological food production. From the experiences of associative practices of PCFA shared in this thesis, there is a need to broaden and complexify discussions of collective health to accommodate and engage with other health practices and understandings towards a society of well-being. Therefore, it is important to recognize health care from its collective conception in pursuit of emancipatory health promotion. |
650 - Ponto de acesso secundário de assunto - Termo tópico | 0 | 4 |
$aSaúde coletiva |
650 - Ponto de acesso secundário de assunto - Termo tópico | 0 | 4 |
$aCovid-19 |
650 - Ponto de acesso secundário de assunto - Termo tópico | 0 | 4 |
$aAssociativismo |
610 - Ponto de acesso secundário de assunto - Entidade coletiva | 0 | 4 |
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650 - Ponto de acesso secundário de assunto - Termo tópico | 0 | 4 |
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700 - Ponto de acesso secundário - Nome pessoal | 1 | # |
$aKovaleski, Douglas Francisco, |
710 - Ponto de acesso secundário - Entidade coletiva | 2 | # |
$aUniversidade Federal de Santa Catarina. |
856 - Localização e acesso eletrônicos | 4 | 0 |
$zVersão integral em pdf |